terça-feira, 7 de dezembro de 2021

eu permaneço estática, não posso me pronunciar por completo

Eu permaneço estática, não posso me pronunciar por completo
estagnada nas dicotômicas veemências da vida,
sinto pungente inúmeras dores dentro do meu peito derramado
Não sei mais quem sou e esmaecem as certezas de quem me tornarei
tudo foge das minhas mãos confusas, pois sou múltipla
[Apenas os céus estabelecem as verdades sobre meu indefinido futuro, mas não me confidenciam notícias ou paradeiro do meu espírito]
Não me reconheço, apenas flutuo entre os vagos ruídos das lembranças do meu anterior ser
há algum tempo estou perdida, sem rumo e direção qualquer
entretanto certa de que me avistarei em certo canto amedrontada e súplica
sedenta pela nova descoberta
Terras inabitadas, não sou capaz de negar essas vontades!
tais desejos de reencontro com minha própria personalidade saliente
sufocada pelo meu desaparecimento, busco pedaços meus pelo assoalho da casa
Habito esse cômodo, mas já não possuo matéria corpórea, sou como as nuvens segregadas na atmosfera
vagante e ininterrupta.
Há em mim também tempestades e volumes
grito arisca, serei sempre carregada pelo passar dos dias?
Iluminada pela pré-existência, jamais verdadeiramente alcançada
Eu sei!
Sei que me encontrarei, a tranquilidade dessa convicção me mantém erguida no ar
ao registrar meu desespero contraditoriamente me acalmo, me tenho tranquila
Fui extraviada para lugar nenhum
me emociono com a elasticidade, sou também tantas
Quem de mim eu serei por fim?
Quem me vestirá com rosto, pele e carne?