até cravar teu nome dentro de mim.
quarta-feira, 27 de julho de 2022
Traço uma a uma das linhas imaginativas
até cravar teu nome dentro de mim.
segunda-feira, 25 de julho de 2022
tua voz serena
quarta-feira, 20 de julho de 2022
Nada sei sobre o amor
Nada sei sobre o amor, Clarice. Busco e jamais encontro. Há dez anos o procuro incansável, sedenta por algo que ainda não tive o prazer de viver. Minhas palavras fáceis denunciam minha talvez imaturidade perante à grandeza. Como posso ser poeta sem nunca? Como se quase? Experiencio através da fala e olhares aquilo que desejo, observo atenta nos corredores e esquinas. Eu aceito a sina dos condenados, infindavelmente áspera. Perguntei às representações fantasmagóricas - inútil - se haveria espaço para mim na certeza, mas não obtive respostas. Ignorada pela presença do agora, me faço castelo desabitado. Construído apenas para breves visitações, sem resquícios de estadia. Sou o alegórico, figura distinta sem forma. Sou um livro abarrotado, esquecido nas prateleiras dos transfigurados. Todo dia há morte em mim, morro e renasço a cada minuto do tiquetaquear. Sem destreza, não sei o que faço com minhas mãos trancafiadas. Estão atadas nos intervalos e vigências, não há escapatória para os sentenciados. Intranquila não durmo e pondero sobre todas as coisas que me regem, os artefatos e anseios. Nunca mais serei a mesma após essa noite e após todas as outras noites que virão.
Nas argumentações do seu ser faminto
terça-feira, 19 de julho de 2022
Interesso-me pelas distâncias
quinta-feira, 7 de julho de 2022
Em algum lugar
Em algum lugar entre minha língua e meus dedos
Escondem-se as palavras que jamais descubro.
Em algum lugar perdido dentro de mim
Encontram-se as vastidões vencidas.
Agora eu penso sobre o destino
Agora eu penso sobre o destino,
sobre esse ato de coragem
terça-feira, 5 de julho de 2022
Eu era um animal
que me banhará, romperá meu corpo e
arruinará meus penteados e maneios
por todas as seguintes estações.
que firmeza é essa que o contém?
Se na doçura dos teus gestos, encontro abrigo
o temporal que me agride parte do aviso dos teus olhos determinados
ainda que sejam diante dos mesmos
que surgem a ternura e sinais que me protegem.
Não aguardei a chuva vinda do vendaval de olhos firmes
e me reviro do avesso novamente,
mais uma vez descoberta e vulnerável ao mundo.
Eu sou fácil, simples e sem ornamentos. Rebuscada
mas arquitetei inúmeros planos para minhas fugas imparciais
para que nenhum par de olhos resolutos, decididos e inabaláveis – como os seus
me fisgassem pelos pés e me deixassem desprevenida.
Eu saberia ficar?
aproveitar os teus trejeitos?
beber da tua voz e beijar tua talvez falta de barba?
sobreviver aos céus nublados dos seus olhos?
Não há tristeza nas cores dos seus olhos,
é muito bonito ser algo tão demorado.
E te demoras, eu peço, nas iminências das pernas reservadas,
no êxtase da minha carne – que agora é sua.
faz de mim sua casa duradoura e
pela continuidade das noites remotas
talvez possamos nos tornar a mesma espécie selvagem.
Me açoitam as lágrimas vindas do seu céu nublado.
você partiu, as águas ficaram
e minhas vestes abandonadas pelos caminhos
me deixam mais indefesa e destrutível.
reduzida ao nada após tudo você me dar e tudo me roubar.