minha doce substância
às sombras do meu ser
nos meus subterrâneos.
De mim tudo agora sabes
não ousei esconder-me de ti
nem deixar de te provocar
minhas linhas e contradições.
Açucaradas partes e partes
vou-me entregando afoita
meus lírios e lamentos
líquida, desfeita em pó.
Dissolvo-me em néctar
seiva obscura e perversa
lacunas do meu coração
hora vazio, hora repleto.
Entre minhas pernas
obscuras criptas incolores
para tua então tua caça
após infinda morada.
Faça-me eternamente tua
sem tardanças e lentidões
continuamente tua, apenas
repleta, ínsita masmorra.
Amo-te assim íntegra
cheia de saudades
palavras tão simples
devota ao nosso agora.